Foto de Rádio Cova da Beira.

O provável fecho da agência da Caixa Geral de Depósitos em Silvares motivou fortes críticas dos autarcas da vila à administração daquela instituição bancária. A Assembleia de Freguesia aprovou por unanimidade uma moção de protesto contra a deliberação.

No ponto específico da ordem de trabalhos para a discussão do tema, foram muitas as reacções negativas. Para Carlos Jerónimo a decisão é indigna e até traiçoeira dado que até a data da sessão da assembleia, a junta não foi informada da deliberação. A recente carta enviada pela CGD aos clientes informando-os que “para melhorar o serviço” a partir de 2 de Maio a sua nova agência situa-se na rua do Três Lagares, no Fundão”.

A ideia, diz o tesoureiro da junta "não lembra ao diabo. Fechar a agência em Silvares com o objectvo de melhorar a qualidade do serviço com um paternalismo nunca visto, até pacóvio, estão em Lisboa ou em Coimbra e julgam que somos tapadinhos. Alguém engole este argumento?”, questiona Carlos Jerónimo.

Em tom irónico, o autarca falou da recente medida anunciada pelo presidente da CGD, das carrinhas itinerantes que a Caixa vai criar para apoiar as zonas onde fecham agências
“Não sei se será possível reabilitar as carrinhas que antigamente circulavam pela Fundação Calouste Gulbenkian com as bibliotecas itinerantes, mas ambas as instituições podem conversar e colocar aqui esse equipamento. Isto é indigno e é uma vergonha”, afirma.

Nada justifica esta medida, refere o presidente da Assembleia de Freguesia de Silvares. Para Carlos Catarino a decisão dá para simultaneamente chorar e rir

“Isto dá para rir para não dizer que é lamentável e dá mesmo para chorar. A medida vai obrigar as pessoas a deslocarem-se 40 quilómetros e terem seguramente um atendimento pior porque as questões de proximidade são fundamentais. É lamentável que Silvares seja englobada nesta bolsa. Se há excesso de agência da CGD é nos grandes centros e não no Interior”, defende.

A bancada do PS corrobora com os argumentos do PSD e coloca em cima da mesa um outro que denota uma contradição com a política do Governo para o Interior

“Não vale a pena criar Unidades de Missão para o Interior, não vale a pena criar medidas de aposta na interioridade e no desenvolvimento de territórios de baixa densidade e depois não ter a coragem política de efectivamente as aplicar. É o que falta ao actual Governo do PS e aos outros que de igual forma contribuíram para o estado a que chegámos”, afirma Joana Bento.

A Assembleia e Junta de Freguesia de Silvares apela à população de Silvares e freguesia vizinhas que compareçam na manifestação marcada para o dia 25 de Abril naquela vila contra o fecho daquela agência.

In Radio Cova da Beira